Qual a diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo?

Mulher segura um modelo de tireoide próximo ao pescoço. Artigo mostra a diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo.

A tireoide é uma glândula pequena, em formato de borboleta, localizada na parte frontal do pescoço. Apesar do tamanho reduzido, ela desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo, na produção de energia e no funcionamento de praticamente todos os órgãos do corpo. Quando a tireoide apresenta alterações no seu funcionamento, podem surgir duas condições distintas e opostas: hipotireoidismo e hipertireoidismo.

Entender a diferença entre essas duas doenças é essencial para reconhecer sintomas, buscar diagnóstico precoce e seguir o tratamento adequado, evitando complicações graves.

O que é hipotireoidismo?

O hipotireoidismo é uma condição em que a tireoide produz menos hormônios do que o necessário, o que desacelera o metabolismo e compromete várias funções do organismo. Essa lentidão pode gerar sintomas como cansaço constante, ganho de peso mesmo sem mudanças na alimentação, intolerância ao frio, pele seca e áspera, queda de cabelo, unhas fracas, constipação (intestino preso), além de inchaço no rosto e alterações de humor, incluindo depressão.

Um estudo encomendado pela farmacêutica Sanofi e revelado na Veja Saúde revelou que cerca de 25% dos pacientes brasileiros não tratam o hipotireoidismo. Além disso, entre aqueles que interrompem o tratamento, 71% demoram, em média, quatro meses para retornar ao médico. Esses dados mostram a importância do acompanhamento contínuo, já que a doença não tratada pode causar complicações sérias.

A causa mais frequente do hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca a própria glândula. Outras causas incluem deficiência de iodo na dieta, efeitos colaterais de determinados medicamentos, cirurgias que removem parte ou toda a tireoide e tratamentos com radioterapia na região do pescoço.

O que é hipertireoidismo?

Já o hipertireoidismo é o oposto: ocorre quando a tireoide produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo. Isso provoca uma série de sinais e sintomas, como:

  • Perda de peso rápida, mesmo com aumento do apetite

  • Suor excessivo e intolerância ao calor

  • Tremores nas mãos

  • Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia)

  • Ansiedade, irritabilidade e nervosismo

  • Dificuldade para dormir

  • Fraqueza muscular

  • Alterações no ciclo menstrual

A principal causa do hipertireoidismo é a doença de Graves, também de origem autoimune. Nódulos na tireoide e consumo excessivo de iodo — seja pela alimentação ou por suplementos — também podem levar ao quadro.

Diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo

Embora ambas as doenças afetem a mesma glândula, elas se manifestam de forma completamente diferente:

  • Hipotireoidismo: produção hormonal reduzida, metabolismo lento, ganho de peso, fadiga e intolerância ao frio. A frequência cardíaca costuma ser baixa ou normal.

  • Hipertireoidismo: produção hormonal excessiva, metabolismo acelerado, perda de peso, agitação e intolerância ao calor. A frequência cardíaca tende a estar elevada.

Ambas podem ter causas autoimunes — Hashimoto no caso do hipo e Graves no caso do hiper — e exigem acompanhamento médico para diagnóstico e tratamento.

Diagnóstico

O diagnóstico começa com a avaliação clínica dos sintomas e histórico do paciente. Em seguida, o médico solicita exames laboratoriais para medir o TSH (hormônio estimulante da tireoide) e os hormônios T3 e T4.

  • No hipotireoidismo, o TSH costuma estar alto e o T4 livre baixo.

  • No hipertireoidismo, o TSH geralmente está baixo e o T4 livre alto.

Além dos exames de sangue, outros recursos podem ser utilizados:

  • Ultrassonografia da tireoide para avaliar tamanho, formato e presença de nódulos.

  • Testes de anticorpos para identificar doenças autoimunes.

  • Cintilografia da tireoide, em casos selecionados, para verificar como a glândula está funcionando.

O endocrinologista é o especialista indicado para interpretar esses exames, identificar a causa da disfunção e indicar o tratamento adequado.

Tratamento do hipotireoidismo e hipertireoidismo

O tratamento depende do tipo de disfunção, da gravidade e das condições de saúde do paciente.

Hipotireoidismo

O tratamento é feito com reposição hormonal, utilizando levotiroxina — um hormônio sintético idêntico ao produzido pela tireoide. A dose é personalizada, considerando idade, peso, resultados de exames e evolução clínica. O objetivo é normalizar os níveis hormonais e eliminar sintomas como fadiga e ganho de peso.

Hipertireoidismo

Pode ser tratado com medicamentos antitireoidianos, que reduzem a produção hormonal; iodo radioativo, que destrói parte da glândula; ou cirurgia (tireoidectomia), indicada quando há suspeita de câncer, bócio volumoso ou falha em outros tratamentos. A escolha da abordagem é individualizada e avaliada pelo médico.

Em ambos os casos, é fundamental manter acompanhamento médico contínuo. Consultas e exames periódicos garantem o ajuste correto da medicação e a prevenção de complicações.

Possíveis complicações

Sem tratamento, o hipotireoidismo pode evoluir para mixedema, uma condição grave que pode levar ao coma. Já o hipertireoidismo, quando não controlado, pode causar tempestade tireotóxica, emergência médica que ameaça a vida.

Além disso, ambos os distúrbios podem causar problemas cardíacos, alterações ósseas e dificuldades cognitivas, reforçando a importância do diagnóstico e do tratamento precoce.

Como cuidar da saúde da tireoide

  • Mantenha uma dieta equilibrada, com ingestão adequada de iodo (presente no sal iodado, peixes e frutos do mar).

  • Evite automedicação com hormônios ou suplementos de iodo.

  • Faça exames de rotina, principalmente se houver histórico familiar de doenças da tireoide.

  • Pratique atividade física regularmente para melhorar a saúde geral e o equilíbrio hormonal.

  • Procure atendimento médico ao notar sintomas persistentes ou inexplicáveis.

FAQ – Perguntas frequentes

1. Qual é mais perigoso, hipotireoidismo ou hipertireoidismo?

Ambos exigem tratamento, mas o hipertireoidismo pode gerar complicações agudas mais graves, como arritmias e crise tireotóxica. O hipotireoidismo grave pode levar ao coma mixedematoso.

2. Qual é o nível de TSH normal?

Em adultos, normalmente varia entre 0,4 e 4,0 mUI/L, mas pode haver pequenas variações de acordo com o laboratório e a condição clínica.

3. Qual é a gravidade do hipotireoidismo?

Se não tratado, pode afetar o coração, causar infertilidade, prejudicar a memória e levar a casos graves como o coma.

4. Qual a tireoide que engorda, a hipo ou a hiper?

O hipotireoidismo tende a provocar ganho de peso. O hipertireoidismo, em contrapartida, costuma gerar emagrecimento.

5. Qual é o problema na tireoide que emagrece?

O hipertireoidismo acelera o metabolismo, provocando perda de peso rápida, mesmo com maior ingestão de alimentos.

6. O que causa hipertireoidismo?

As causas mais comuns são a doença de Graves, nódulos tireoidianos e excesso de iodo.

7. O que não se deve comer com hipertireoidismo?

Evite alimentos e suplementos ricos em iodo sem orientação médica, como algas marinhas e certos polivitamínicos.

8. Como se sabe se tem hipertireoidismo?

A confirmação vem por meio de exames de sangue (TSH, T3 e T4) e avaliação clínica dos sintomas.

9. O que faz bem ao hipertireoidismo?

Seguir o tratamento indicado, manter uma alimentação equilibrada, evitar estimulantes em excesso e reduzir o estresse.

Tratamento das doenças da tireoide em Ribeirão Preto/SP

Cuidar da tireoide é essencial para o equilíbrio do metabolismo e a saúde geral. Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem ser controlados com acompanhamento médico, mas ignorar os sintomas pode levar a complicações sérias. Se você suspeita de alterações hormonais, procure um endocrinologista para avaliação.

Se você busca tratamento de hipotireoidismo ou hipertireoidismo em Ribeirão Preto, a Quali Saúde Clínica Popular oferece consultas com especialistas, exames acessíveis e acompanhamento personalizado, ajudando a restabelecer o equilíbrio hormonal e a qualidade de vida.

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